quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Quanto você deve cobrar pelos serviços de freelancer?

Muitos profissionais de diversas áreas começam a carreira como freelancers até conseguirem uma posição fixa numa boa empresa. Outros começam na posição fixa e acabam preferindo a liberdade de ser freelancer. Há vantagens e desvantagens em cada escolha, e é preciso saber aproveitá-las adequadamente. Quem tem trabalho fixo precisa conhecer melhor o funcionamento da empresa, a hierarquia e as possibilidades da carreira. Quem é freelancer precisa focar na organização, no compromisso, na disciplina, ou seja, saber entregar um bom trabalho dentro dos prazos. Mas é necessário também saber sobrar. Sem o salário regular no fim do mês, saber organizar as finanças é fundamental. Como isso não é simples, o Lifehacker preparou as ótimas dicas que separamos aqui para você. Preparado para momentos de pura felicidade? =)
Antes de mais nada, procure responder desde já: como e quanto você pretende cobrar por seus trabalhos? Vai buscar inspiração nos colegas que já têm as manhas do negócio, pegar tabela do sindicato dos profissionais da área, pesquisar na internet, sondar quanto as empresas pagam, basear-se nos seus próprios custos, tempo e expertise, sortear um valor entre papeizinhos na mão ou apontar um preço vencedor no ma-mãe-man-dou-eu-es-co-lher-es-te-da-qui..? Ó, dúvida cruel.
Colocar um preço no seu próprio serviço é um baita desafio, um dos maiores que os profissionais autônomos enfrentam. É perfeitamente normal não querer colocar um preço muito baixo no que vai produzir, e é prudente não exagerar num preço muito alto, para não assustar os clientes. Mas o que é um preço baixo e o que é um preço alto? Qual seria o valor ideal? Not easy… Mas aqui estão alguns toques de como estabelecer esses valores. Depois de ler estas dicas, você vai ver que a resposta da pergunta do parágrafo anterior vai ser muito mais fácil e segura. Papel e lápis na mão? Vamos fazer as contas! o/
Calcule quanto você precisa para cobrir custos operacionais
Salário: quanto você quer ganhar? Se não faz ideia, você pode começar checando qual a média salarial do seu cargo, para comparar valores. Vamos supor, por exemplo, que você queira ganhar R$ 45.000,00 por ano (um valor razoável, afinal, se começou agora, não vai dar para incluir todos os zeros que seu bolso realmente deseja. Devagar e sempre, bora lá… esse momento de riqueza chegará se você fizer tudo direitinho! ;)). Se for contratar alguém para ajudar, adicione uma linha para o valor do(s) empregado(s). Mas isso já é um passo além. No nosso exemplo, ficaremos só com você como equipe.
Taxas: quando seu empregador é você mesmo, é preciso pagar suas próprias taxas. Se seu trabalho lhe permite receber como pessoa física, isso pode ser vantajoso até certo ponto (a saber: a tabela do Imposto de Renda). Após uma certa quantia, ou dependendo do seu trabalho, ou mesmo do nível de profissionalismo que você quer ter, é necessário ter uma empresa para prestar os serviços. Isso significa, dentre outras coisas (burocracia, contador, banco etc.), pagar outros impostos e tal, como IRPJ, CSS, ISS e por aí vai (ou um unificado, se sua empresa puder ser enquadrada no Simples). O ISS (Imposto Sobre Serviços) tem informações importantes para autônomos, incluindo PDF para cálculos. Via de regra, você pode simplesmente reservar entre 15% e 20% do seu salário para cobrir as taxas (ou cerca de metade disso, se o Simples servir para você). No nosso exemplo, 15% de um salário de 45 contos dá R$ 6.750 (por ano, calma!). Se quiser então tirar os R$ 45.000 limpos no fim do ano, você precisa somar o valor dos impostos ao rendimento. Assim, no nosso exemplo, teríamos um novo objetivo: R$ 51.750,00. Lembrando que esta foi apenas uma soma simples e que, como o valor recebido é maior, o valor das taxas em porcentagem também cresce, o que ainda tira um pouquinho do alvo de 45 mangos. Para um cálculo mais preciso, você vai precisar levar isso em conta também.
Despesas mensais: custos que acontecem por conta do trabalho. Dependendo do tipo de trabalho, pode incluir aluguel, suprimentos para escritório, postagem, publicidade ou marketing, telefone, seguro, combustível… Junte os valores mensais médios de tudo isso e multiplique por 12 para ter o valor anual. Depois, some ao custo anual coisas como computadores e compras de programas, que, nesse exemplo, vamos considerar é R$ 12.000,00.
Descubra a média de horas produtivas
Em seguida, encontre o número de horas de trabalho que você terá a cada ano. Você pode inventar de trabalhar 40 horas por semana e multiplicar por 52 semanas para ter 2.080 horas. Um bom tempo, não? Nem tanto. Você não pode esquecer de contar com feriados, viagens, dias de enfermidades, enfim, esses imprevistos da vida. Cameron Foote, sugere 1.920 horas em seu The Business Side of Creativity, contando para 48 semanas. Mas isso pode variar, e muito, no seu próprio cálculo.
Feito isso, subtraia o tempo não rentável, aquele que você vai gastar toda semana fazendo coisas como buscar novos clientes ou preencher relatórios (isso você não pode cobrar de clientes, não é mesmo?). Uma boa medida é 20% para essas horas “não produtivas”. Multiplique isso por suas horas anuais. No nosso exemplo, o total de horas de trabalho deu 1.152.
Adicione custos operacionais e divida pelas horas trabalho
Agora você soma seu salário com os custos principais. Nesse exemplo, R$51.750,00 de salário com taxas mais R$12.000,00 de outras coisas, ao todo, R$63.750,00. Dividindo 63.750 por 1.152 (horas de trabalho), temos uma média de R$55,34 por hora. Mas calminha aí… ainda não está pronto!
Margem de lucro
Se seus olhos brilharam só de ler a palavra LUCRO, você vai querer adicionar uma margem dele entre 10% a 30%. Essa margem te ajuda a fazer uma reserva para quando o trabalho demora a aparecer. Você pode até pensar que não precisa adicionar esse valor, afinal de contas, está montando seu próprio salário, do jeitinho que sempre sonhou e tal. Mesmo assim, lembre-se de que esse valor adicional é essencial para seu crescimento no futuro e também, fator importante, para obter empréstimos.
Se a ideia te encanta, vamos supor, por exemplo, que queremos 20% de lucro. 20% de 55,34 é 11,07. Então, o valor final da sua hora é R$66,41. Você pode, é claro, arredondar esse valor. No caso, para R$66,00 ou R$67,00.
Para cobrar por um trabalho específico então, basta você estimar quanto tempo vai gastar para concluí-lo (cuidado ao fazer isso para não exagerar nem para mais nem para menos!) e multiplicar o número de horas pelo valor da hora. Ficou simples agora, né? Mas não acabou.
Achou o valor muito alto?
Calcular o valor preciso dessa forma é realmente importante se você quer que seu negócio como freelancer seja bem sucedido, porque é baseado nos seus custos e necessidades reais. Você certamente vai ver outros autônomos cobrando menos que você (e também muitos que cobram mais), mas fuja do erro comum dos novos freelancers: não dê preços muito baixos ao seus serviços, ou seu trabalho dificilmente vai compensar para você. Se você não valorizar seu trabalho, quem vai fazer isso? É claro que, para que seu trabalho seja devidamente valorizado e você possa cobrar o valor que deseja, você precisa fazer um bom trabalho e ser reconhecido por isso. Se você é um profissional em início de carreira, vale aproveitar algumas oportunidades em empresas de destaque ainda que o pagamento possa não ser muito agradável, mas apenas até se fazer notar. Há os profissionais que defendem até mesmo trabalhar de graça para acelerar este processo, mas não vamos entrar nesta polêmica. A decisão é toda sua.
Outros métodos
Você pode tentar muitos outros métodos para determinar seu valor, como se basear no seu salário atual (por exemplo, se você faz R$ 15 por hora, cobraria o dobro, 30 por hora) ou somente dividir quanto você quer ganhar por quantas horas você trabalhará, mas não os recomendamos por não serem muitos realistas. Eles não levam em conta suas despesas diárias e não têm valores calculados para te levar ao sucesso, como o desse post. É claro que, uma vez feito o seu cálculo, é prudente comparar o seu valor com todas aquelas opções citadas no segundo parágrafo (exceto talvez os pepeizinhos da sorte) e considerar disparates e adaptações. Mas tudo com muito cuidado e bom senso, né? Senão, nem precisaria calcular nada.
Sucesso. É o que desejamos para você. Preparado para começar a cobrar direito? Então boa sorte na nova empreitada! o/

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