No meu ultimo post, falei sobre o Moporã - Bruno e Lari, recebi um email deles essa semana e resolvi repassar, esse post que fala sobre Criatividade.
Eu sou apaixonado pelo tema criatividade. Estudo e pratico esse tema em minha vida pessoal e profissional há muitos anos. E ao longo desse tempo eu percebi que existem padrões seguidos por pessoas altamente criativas, padrões que podemos aprender, praticar, incorporar e com esse movimento, aumentar a nossa criatividade no dia-a-dia.
Um desses padrões está exatamente ligado a cópia: pessoas consideradas criativas copiam o tempo inteiro!
Eu sei que a princípio esse conceito pode parecer contraditório ao paradigma que temos sobre criatividade, de que copiar não é algo criativo. Mas eu vou explicar como isso funciona.
Picasso, uma das maiores mentes criativas da era moderna, uma vez disse: “Sem Velázquez, não existiria Picasso.” O que ele quis dizer com isso?
Picasso admirava tanto as pinturas de Velázquez que estudou a fundo sua arte e técnica. As pinturas de Velásquez mostraram para Picasso o que era possível ser feito, mostraram um patamar de performance que o estimulou a ir além de Velázquez. Para você ter uma ideia a série “As meninas” de Picasso contém um conjunto de 58 reinterpretações e releituras do quadro homônimo de Velázquez, pintado em 1656.
No processo de copiar, Picasso se revela e forma sua própria identidade como ele mesmo relata:
"Tem que copiar os outros mas o outro é tão bom que no processo de copiar você desiste e acaba sendo você mesmo. No seu fracasso de ser o outro você evolui pois você não volta para o mesmo lugar que começou.”
E essa é a sacada! A diferença entre simples plágio (assinar o seu nome sobre a criação de outra pessoa) e a cópia artística. Na cópia artística o objeto a se copiar se torna a sua meta, a sua motivação que lhe ajuda a liberar todo o seu potencial criativo, um auxílio valioso para revelar para você mesmo a partir da ação, quem é esta versão incrível de você a ser desenvolvida! Veja que Picasso pintou pelo menos 58 reinterpretações de um dos quadros que ele mais admirava. A cada versão um novo aprendizado, uma parte da sua própria identidade se formava, mas original e criativo ele se tornava.
São inúmeros os exemplos de “copiadores”": Botero com Leonardo da Vinci, Manet com Rafael, Hockney com Van Gogh.
Wynton Marsalis, considerado um dos maiores trompetistas da atualidade e diretor do Jazz no Lincoln Center, em Nova Iorque, nos dá uma boa pista da importância que referências externas têm no despertar da nossa criatividade. Uma vez questionado a respeito do que o motivou a seguir a carreira musical, Marsalis respondeu: “Eu quero fazer as pessoas sentirem o que John Coltrane me fez sentir quando eu o ouvi pela primeira vez.”
O que Marsalis está nos dizendo? Ao escutar Coltrane ele percebeu o que era possível fazer com a música. Naquele momento mágico um novo horizonte de possibilidades se abriu para o jovem Wynton. Possibilidades que ele nem imaginava e que lhe deram impulso e energia para explorar este novo território criativo.
Em quem você vai se inspirar hoje? Quem pode lhe ajudar a explorar o seu potencial, os limites da sua criatividade na sua atividade profissional ou na sua vida?
Forte Abraço,
Bruno
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